O alfabeto utilizado para escrever a Língua grega teve o seu desenvolvimento por volta do século IX a.C., utilizando-se até aos nossos dias, tanto no grego moderno como também na Matemática, Física, Astronomia etc.
Anteriormente, o alfabeto grego (Ελληνικό αλφάβητο) foi escrito mediante um silabário, utilizado em Creta e zonas da Grécia continental como Micenas ou Pilos entre os séculos XVI a.C. e XII a.C. e conhecido como linear B. O Grego que reproduz parece uma versão primitiva dos dialectos Arcado-cipriota e Jónico-ático, dos quais provavelmente é antepassado, e é conhecido habitualmente como Micênico.
Crê-se que o alfabeto grego deriva duma variante do semítico, introduzido na Grécia por mercadores fenícios. Dado que o alfabeto semérico não necessita de notar as vogais, ao contrário da língua grega e outras da família indo-europeia, como o latim e em consequência o português, os gregos adaptaram alguns símbolos fenícios sem valor fonético em grego para representar as vogais. Este facto pode considerar-se fundamental e tornou possível a transcrição fonética satisfatória das línguas Europeias.
Letra | Nome | Som clássico | Som moderno | Valor | Alfabeto Semítico | HTML |
---|---|---|---|---|---|---|
Α α | Alpha | /a, aː/ (a longo ou breve) | /a/ | 1 | Aleph (') /a/ (Álefe) | α |
Β β | Beta | /b/ | /v/ | 2 | Beth /b/ | &etacoleta; |
Γ γ | Gamma | /g/→/ɣ, j/ (ga,gue,gui,go,gu) | /ɣ, j/ | 3 | Gimel /g/ | γ |
Δ δ | Delta | /d/→/ð/ | /ð/ | 4 | Daleth /d/ | δ |
Ε ε | Épsilon | /e/ (e sempre breve) | /e/ | 5 | He (h) /h/ | ε |
(Ϝ) | Digama | /w/ | - | 6 | Waw (Vav) /w/ | ϝ |
Ζ ζ | Zeta | /dz/→/z/ (ds, z italiano) | /z/ | 7 | Zain /dz/ | ζ |
Η η | Etá | /ɛː/→/i/ (e sempre longo) | /i/ | 8 | Heth (h*) | η |
Θ θ | Tehta | /tʰ/→/θ/ | /θ/ | 9 | Thet (t*) | θ |
Ι ι | Iota | /i/ → /i/ | /i/ | 10 | Yodh (y) /j/ | ι |
Κ κ | Kappa | /k/ | /k/ | 20 | Kaph /k/ | κ |
Λ λ | Lambda | /l/ | /l/ | 30 | Lamed /l/ | λ |
Μ μ | Miu | /m/ | /m/ | 40 | Mem /m/ | μ |
Ν ν | Ny | /n/ | /n/ | 50 | Nun /n/ | ν |
Ξ ξ | Xi | /ks/ | /ks/ | 60 | Samekh (s) | ξ |
Ο ο | Ómikron | /o/ (o sempre breve) | /o/ | 70 | Ain () | ο |
Π π | Pi | /p/ | /p/ | 80 | Pe /p/ | π |
(Ϻ) | San | /s/ | - | – | Sade (s*) /ts/ | |
(Ϙ) | Qoppa | /k/ | - | 90 | Qoph /q/ | |
Ρ ρ | Ró | /r/ | /r/ | 100 | Resh /r/ | ρ |
Σ σ,ς | Sigma | /s/ | /s/ | 200 | Shin (sh) /S/ | σ |
Τ τ | Tau | /t/ | /t/ | 300 | Taw /t/ | τ |
Υ υ | Upsilon | /u/→/y/→/i/(u francês ou ü alemão) | /i/ | 400 | De Wau | υ |
Φ φ | Fi | /pʰ/→/f/ | /f/ | 500 | origem incerta | φ |
Χ χ | Chi | /kʰ/→/x/ | /x/ | 600 | origem incerta | χ |
Ψ ψ | Psi | /ps/ | /ps/ | 700 | origem incerta | ψ |
Ω ω | Omega | /ɔː/→/o/(o sempre longo) | /o/ | 800 | origem incerta | ω |
(t) | Sampi | /ss/ /ks/ | - | 900 | origem incerta |
Veja uma imagem mais resumida:
![]() |
Clique na imagem para ampliar |
As letras Digamma, San, Qoppa e Sampi desapareceram do alfabeto nos seus primeiros tempos, antes do denominado período clássico. Dado que a aparição das letras minúsculas é bastante posterior, não existem minúsculas das ditas letras, exceto como símbolos numéricos (Digamma ϛ, Qoppa ϟ, Sampi ϡ).
Originariamente existiram variantes do alfabeto grego, sendo as mais importantes a ocidental (Calcídica) e a oriental (Jónica). A variante ocidental originou o alfabeto etrusco e daí o alfabeto romano. Atenas adotou no ano 403 a.C a variante oriental, dando lugar a que pouco depois desaparecessem as demais formas existentes do alfabeto. Já nesta época o grego escrevia-se da esquerda para a direita, enquanto que a princípio a maneira de o escrever era alternadamente da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, de maneira que se começava pelo lado em que se tinha concluído a linha anterior (queria que fosse assim na minha escola), invertendo todos os caracteres em dito processo.
O factor inovador introduzido com o alfabeto grego são as vogais. As primeiras vogais foram Alfa, Épsilon, Iota, Ómicron e Upsilon. Se contempla o processo de criação do alfabeto grego como resultado de um processo dinâmico baseado na adoção de vários alfabetos semíticos através do tempo, encontrando inclusive influências do linear-B, poder-se-ia dar uma explicação mais satisfatória da sua origem do que as teorias que postulam uma adaptação única de um alfabeto determinado num momento dado. Diz-se que estas primeiras letras foram em homenagem aos deuses. As letras Iota, Upsilon e Psi representavam as armas mágicas dos três grandes, que seriam: o raio de Zeus, o Garfo de Hades e o Tridente de Poseidon.
Atualmente, somente o grego moderno e o tsacônio são escritos usando o alfabeto grego. Além desses idiomas, o idioma bactriano, já extinto, e o copta, atualmente em uso somente na liturgia da Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria, também adotaram o alfabeto grego, com algumas modificações. As letras gregas são também utilizadas na linguagem científica e matemática. Assim, temos o PI = 3,1415 na Matemática, raios GAMA e as variações que são representadas pelo DELTA na Física.
Minhas letras favoritas são o Delta, o Upsilon e Psi. Não me pergunte o porque.
Nenhum comentário:
Postar um comentário