sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Minos



Talvez este seja o mortal mais famoso em toda a mitologia grega.

Na mitologia grega, Minos (em grego: Μίνως) foi um rei semi-lendário da ilha de Creta, filho de Zeus e da princesa fenícia Europa. Teria nascido em cerca de 1 445 a.C. e reinado de 1 406 a.C. a 1 204 a.C. (segundo a Crônica de Jerônimo de Stridon. Há diversas variantes de seu mito, tendo em algumas dela a existência de dois Minos. Além disso muitos estudiosos questionam a interessante semelhança entre o nome Minos e o nome de outros reis semi-lendários da Antiguidade como Menés do Egito, Mannus da Germânia, Manu da Índia.
A civilização que prosperou em Creta, quando foi descoberta pelo arqueólogo Arthur Evans, recebeu a alcunha de minoica, em referência a Minos. Dentro da hierarquia minoica, os reis recebiam o nome de Minos, o que teria salientado, possivelmente, a origem de tal mito. No poema épico A Divina Comédia, Minos aparece como um dos juízes do inferno sendo ele quem ouve as confissões dos mortos e designa-os a um círculo ou subcírculo específico de acordo com a falta relatada.
Minos era filho de Zeus, que havia raptado Europa, filha de Agenor e Teléfassa, ou filha de Fênix, filho de Agenor e Teléfassa. Foi para procurar Europa que Agenor enviou seus outros filhos, que, desistindo da busca, fundaram vários reinos: Cadmo fundou Tebas, Fênix a Fenícia, Cílix a Cilícia e Tasos a cidade da ilha de Tasos.
Zeus se transformou em um touro, e levou Europa até Creta; lá, Europa teve três filhos com Zeus, Minos, Sarpédon e Radamanto. Astério, rei de Creta, casou-se com Europa, e criou seus filhos.
Após a morte de Astério, houve uma rivalidade entre os filhos de Europa, pois estes haviam apaixonado-se pelo mesmo homem, Mileto, filho de Apolo e Aria, filha de Cleochus. Por Mileto preferir Sarpédon, Minos entrou em guerra aberta contra ambos, o que causou a fuga destes para a Cária. Segundo outra versão, o motivo da briga foi Atymnius, filho de Zeus e Cassiepea. Mileto fundou a cidade de Mileto e Sarpédon se aliou a Cílix, em guerra com os lícios. Outra versão afirma que Radamanto também foi exilado da ilha tendo ele ido para a Beócia, e seu irmão Sarpédon para a Anatólia onde conquistou os mílios e terminou como rei destes. Radamanto quando morreu tornou-se um dos três juízes do inferno.
Minos fez as leis dos cretenses, e se casou com Pasífae, filha de Hélio e Perseis, no entanto, segundo Asclepíades, Minos casou-se com Creta, filha de Astério. Seus filhos foram Catreu, Deucalião, Glauco e Androgeu, e suas filhas foram AcalleXenodice, Ariadne e Fedra; além destes, ele teve filhos com a ninfa Paria, Eurimedonte, NephalionChryses ePhilolaus, e com Dexithea ele teve o filho Euxanthius (filhos estes que tem nomes que são muito difíceis de escrever).
Pasífae havia enfeitiçado Minos para que sempre que tentasse traí-la, bestas sairiam do corpo de seu marido e matariam sua amante; no entanto, Minos acabou por ter um caso com Prócris, filha de Erecteu e esposa de Céfalo, que antes já havia se prostituído para Pteleon, e havia fugido para Creta quando foi descoberta. Minos ofereceu a ela um cachorro veloz e um dardo que jamais errava o alvo e esta, em troca, ofereceu a ele uma raiz que permitiria que fossem para cama. No entanto, temendo Pasífae, Prócris regressou para Atenas.
Minos ansiava governar sobre Creta, no entanto, seu reinado era contestado, o que o levou a pedir que um touro emergisse do mar para ser sacrificado em sua homenagem, durante um sacrifício a Poseidon; este atendeu o pedido, mas Minos, encantado com o touro branco, ao invés de sacrificar o touro, o colocou junto de seu rebanho e sacrificou outro touro no lugar. Em represália, Poseidon fez com que o touro se tornasse selvagem e que Pasífae se apaixonasse por ele.
Após ser banido de Atenas por ter assassinado seu sobrinho Perdiz, Dédalo, um famoso arquiteto e inventor ateniense, refugiou-se em Creta e lá construiu um aparelho mecânico de madeira no formato de uma vaca para que Pasífae pudesse copular com o touro. Da união do touro com Pasífae nasceu Astério, mais conhecido como Minotauro (criatura metade homem, metade touro), que foi encerrado no labirinto construído por Dédalo a mando de Minos.
Dédalo passou um bom tempo trabalhando para o rei Cocálo, construindo várias maravilhas. Minos, porém, quando soube que Dédalo tinha se refugiado na Sicília, resolveu fazer uma campanha contra a ilha. Desembarcando com uma grande força na ilha, no local chamado a partir de então de Heracleia Minoa, Minos demandou de Cocálo que entregasse Dédalo para ele ser punido, porém, o rei, trouxe Minos como convidado ao seu palácio, e assassinou-o durante o banho, fervendo-o em água quente. Cocálo devolveu o corpo de Minos aos cretenses, dizendo que ele tinha se afogado no banho; os cretenses o enterraram na Sicília, no lugar onde mais tarde foi fundada a cidade de Acragas, e lá seus restos ficaram até que Terone, tirano de Acragas, devolveu seus ossos para os cretenses.
Após sua morte, Minos tornou-se, assim como Radamanto e Éaco, um dos três juízes do inferno, sendo ele o juiz responsável pelo veredito final. Seu sucessor foi seu filho Catreu.




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